sábado, 12 de dezembro de 2015

Não sou de cerimônias, protocolos, formalidades...
Gosto de tudo bem natural,
sorrisos, cumprimentos, semblantes.
Tudo que nos torna tensos, tô fora!
Tudo que nos deixa sem graça, fico longe!
Gosto de pessoas simples,
conversas amigáveis sobre aqueles bons tempos,
sobre quando crianças brincávamos na rua sem hora,
sobre amigos antigos e peraltices,
sobre causos e pessoas interessantes, sem fofocas.
A vida é pra quem sabe viver cada minutinho de olhares cúmplices,
conversas animadas e sentimentos doces.
Por favor, se tenho que ficar sentada assistindo a egos inflamados,
não me convidem para o evento.
Se eu tiver que dar um meio sorrisinho obrigado, tô fora!
A minha liberdade de sentir na pela a magia de estar com os meus melhores e mais chegados não tem preço!
Ah! E nada contra quem goste! Gosto não se discute!
Cada um seja feliz com o que o faz feliz!
Mas eu? Quero somente a simplicidade! Obrigada por isso!

domingo, 25 de outubro de 2015

"Fica sempre um pouco de perfume nas mãos que oferecem rosas..."
Neste dia, gostaria de agradecer todos aqueles que passaram pela minha vida de professora e que foram extremamente importantes para a escolha da minha carreira e para eu continuar nela.
Familiares que me impulsionaram a ser professora, por ser uma honra e poder mostrar dignidade. Professores meus que me fizeram acreditar que isso é possível.
Colegas/amigos que me ensinaram a ensinar, fato que às vezes é difícil reconhecer, que precisamos ser humildes para aprender, só assim, aliás, que se aprende.
Alunos que, com sua doçura, com seus olhos de curiosidade pelo saber, puderam me dar a chance de apresentar-lhes meu modo de envolvê-los.
Alunos "difíceis", que me incentivaram a buscar novos meios nessa missão.
Pais carinhosos, que souberam ouvir e falar para, juntos, podermos chegar a um resultado melhor. Quantas vezes recebi pais amorosos que só foram me ver para me agradecer!
Fico muito feliz por ter vivido essa experiência fantástica na educação formal.
Agora, neste meu novo ciclo, vivo um momento novo, com pessoas diferentes a cada dia, mas no contato ainda com pessoas, isso é o melhor da vida!

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Cabeça repleta de sonhos cutucando, querendo se expor, querendo ser apresentados ao mundo.
Cabeça pensante, efervescente, elétrica, inquieta...
Que fazer com as vontades se ainda não é tempo?
Que fazer com desejos se o novo não se apresenta?
Que fazer?
No momento vazio, solitário, tranquilo, de espera,
o chá é a melhor companhia...

terça-feira, 15 de setembro de 2015



Um amor, uma flor, carinho de sobra
A manhã fica mais linda, mais leve
Amigos, sorrisos, bênçãos
Luz e paz
Alegria e fé
Desejos diários de felicidade.

sábado, 22 de agosto de 2015

Sobre correntes e solidariedade

Correntes, hoje em dia, não são muito bem vistas. As pessoas marcam outras em redes sociais dizendo que quem não compartilhar ou curtir não é do bem, não vão ganhar bênçãos, não... Aff
Mas há uma corrente que não precisa ser divulgada com tanto estardalhaço, são aquelas correntes do bem que acontecem no dia a dia, sem que todos precisem ficar sabendo, fazendo o bem, olhando ou não a quem.
Outro dia, ajudei uma pessoa com uma quantia. Quando ela veio para me pagar, eu disse apenas “Quando você puder, se alguém lhe pedir ajuda, passe adiante, é isso que estou fazendo.”
Não precisei postar, mostrar, falar aos quatro cantos, apenas para um ouvir, aquele que precisava e, tenho certeza, vai continuar.
Passei algumas dificuldades na vida, assim como muitas pessoas e não tanto quanto outras. Houve aqueles que me ajudaram com recursos materiais, cesta básica, pagamento de mensalidade de faculdade, um trocadinho no bolso para o leite das crianças. Sim, já precisei disso e não tenho pudor algum de falar. E essas pessoas me ajudaram. Já me deram carona, e como é bom ganhar uma carona quando se tem dois filhos, sem carro, para uma ida à casa de um parente ou a uma viagem de férias! Já me escutaram, gentileza que necessitamos trocar hoje em dia, em momentos muito tumultuados. E sou grata a todos!
Hoje, na tranquilidade de um momento de paz absoluta em relação aos turbilhões da vida, estou retribuindo a esses queridos que foram tão importantes para mim. Passo adiante favores e auxílios materiais que não me foram cobrados. Penso que essa é a verdadeira corrente, sem alarde, sem propaganda, só fazendo o que acho ser certo.
Pois então, que fique a dica: passe adiante essa corrente silenciosa do bem, faz muito bem!

Sobre gentilezas


Existem duas coisas que me chateiam profundamente!
Profundamente, pode ser uma palavra forte, mas é verdade!
Fico bastante chateada com quem não dá seta no trânsito; isso é um ato de gentileza para com o outro que aguarda um sinal seu.
Gentileza sim, sinalizar para fazer uma manobra, mudar de faixa, virar numa rua antes, enquanto o outro aguarda...
Gentileza é se pôr no lugar do outro, pensar que o outro vai ficar feliz ou se sentir mais seguro em ser notificado de uma atitude racional sua.
Outra coisa que me chateia (já que citei duas!) é o fato da pessoa não voltar com o carrinho de compras para o lugar dele, principalmente se esse lugar for bem pertinho!
Chateação maior, quando essa pessoa ainda estaciona o carrinho usado por ela atrás de outro automóvel. Quer atitude mais irracional? Além de não guardar o carrinho, ainda atrapalha o outro que terá que fazer a gentileza de retirá-lo do caminho para sair.
Meus pais sempre me ensinaram que eu devo guardar o que tirei do lugar, que eu devo limpar o que sujei, que eu devo fechar a porta se a encontrei fechada, que eu devo pedir licença para entrar, que outra pessoa não tem que fazer a obrigação que é minha!!
Já citei as duas, mas não posso deixar de dizer mais uma que me chamou muita atenção outro dia. Fui ao cinema com minha neta, filme infantil, claro. Antes do filme, são apresentadas algumas informações ao público: não fotografar, não filmar, devolver os óculos 3D ao sair e jogar o lixo na lixeira.
Tudo muito óbvio, não? Pensei: "precisa avisar?" Lógico!!!!!
Vi, ao final do filme, uma família inteira, e apenas essa família, deixando todo o lixo, pipocas, garrafas de água e latinhas de suco, consumidos no local, nas poltronas do cinema. Estavam sentados ao meu lado e fiquei observando todos saírem sem nem virarem para trás. Somente eles deixaram o cinema sujo.
Será que pensaram que alguém teria a obrigação de limpar toda a sujeira que fizeram? Além do lixo nas poltronas, o chão perto deles também estava cheio de restos deixados por eles.
Uma vez, ao questionar um aluno sobre a sujeira da sala, ouvi dele que, se não sujasse, as "tias"da limpeza não teriam trabalho. Fiquei indignada com a resposta.
Será que essa família também pensa assim? Será que quem deixa o carrinho jogado no estacionamento ou nas calçadas das ruas do bairro também pensa que há outra pessoa obrigada a fazer o que era para ele fazer?
Pensemos nas pequenas gentilezas do dia a dia.
E na educação que nossos pais nos deram para podermos conviver com harmonia.

sábado, 18 de julho de 2015

Descobrindo pessoas e lugares

Gosto de viajar, conhecer pessoas e lugares, culturas e paisagens.
Tenho uma meta a cumprir; em meu livro dos desejos, criado há mais de uma década, escrevi que tenho que conhecer todos os Estados brasileiros e, pelo menos, três países diferentes. Sem muita pressa de alcançar esse desejo, dentre tantos já realizados, já conheci vários Estados e dois países da Europa, Portugal e França.
Nesses lugares, percebi que muito se fala da recepção, do tratamento a turistas, da comida, enfim, observei bem, comparando com o que dizem a respeito. Estereótipos são formados e tive que escrever sobre isso.
Em Lisboa, fui tratada mal por um funcionário do aeroporto e pela recepcionista muito mal humorada do hotel em que me hospedei. “Puxa, pensei, bem que me disseram que portugueses tratam mal brasileiros!”. Mas não podia acreditar nisso, não podia ficar com esse rótulo na minha cabeça. Pois bem! Fui dar um passeio, tinha apenas um dia na capital portuguesa, depois de ter passado a semana em outras cidades do interior, como Évora e Faro, que fica no litoral. Entrei em um ônibus, e sentei-me ao lado de uma senhorinha. Como sempre acontece no meu dia a dia, puxei conversa, perguntando sobre lugares mais interessantes para se conhecer em um dia de turismo. Ela abriu um sorriso simpaticíssimo e me explicou com minúcias como chegar aos lugares que eu não podia perder de jeito nenhum. E isso se repetiu com várias outras pessoas com quem encontrei durante o passeio. Foi maravilhoso conhecer as pessoas e os pontos turísticos lindos de Lisboa. Voltarei, com certeza!
“E os franceses? Nossa! Como são mal humorados! Não fazem questão de se comunicar com o turista em outra língua senão a deles!” Ledo engano. Preocupei-me em adquirir um mini dicionário português-francês para a minha comu
nicação, mas não houve necessidade. Cada lugar visitado tinha pessoas solícitas que perguntavam em qual língua seria melhor a conversa: inglês ou espanhol? Achava interessante que todos me reconheciam como brasileira por causa da cor da minha pele. Eu sempre respondia: “portuguese, please!” só de brincadeirinha, mas não senti nenhuma dificuldade na comunicação. Voltarei lá também!
Agora, no Brasil, sempre ouvi falar dos motoristas de ônibus do Rio de Janeiro. “São grossos! Super mal educados! Correm como loucos! Acham que carregam uma carga qualquer!” Olha, a experiência que tive na última visita que fiz ao meu filho e nora na Cidade Maravilhosa deixou-me de queixo caído diante das atitudes do motorista do ônibus que me levou do aeroporto à Barra da Tijuca. Cada passageiro que embarcava era tratado de forma cordial. Se a pessoa pedia informações, o condutor explicava com tranquilidade. Se pediam para avisar quando chegasse a determinado local, ele falava lá da frente quando estava perto. Agora, a cena mais espetacular, a atitude que me fez tirar o chapéu para ele, foi quando uma das passageiras, com bolsas e dois filhos, deu sinal para descer em um ponto. Ele parou e, simplesmente, carregou seus filhos nos braços e desceu com eles, enquanto a mãe desembarcava com as bolsas. Confesso, fiquei emocionada! Pois bem! Quando cheguei ao terminal, fui pegar minha mala que o motorista tirava do bagageiro, voltei-me para ele e tive que lhe dizer: “Cara, você é gente boa demais!” O sorriso que recebi de volta me deu a certeza de que, apesar do trânsito ruim (foram quase três horas de “viagem” no pico das 18h), eu e ele teríamos uma noite melhor. Acredito que ele deve ter pensado que valeu a pena tratar bem as pessoas e eu tive vontade de escrever sobre a lei do retorno, se eu trato bem os outros, recebo de volta somente coisas boas. Prestei atenção nisso também. Cada passageiro que pediu ajuda ao motorista respondia com um “muito obrigado” muito especial, eu sentia, pela entonação de voz de todos, sem exceção.
Essa última viagem, há poucos dias, me fez refletir sobre rótulos, estereótipos, manias mesmo, de pessoas por uma única experiência negativa, marcarem pessoas e lugares como se não valesse a pena tê-los conhecido.
Sem pressa de chegar, prestando atenção nas pessoas e no trajeto, sentindo cada instante, é assim que se conhece a verdadeira forma de descobrir o mundo, seus lugares, sua cultura, suas paisagens e sua gente.


Cresci no meio de sonhos

Cresci no meio de sonhos
Quando acordava de um,
criava outro rapidinho.
Quando pensava em desistir,
surgia um brilhante.
Quando um escapava,
Sempre outro o substituía rapidinho.
Quando adormecia sem querer,
a presença da noite me fazia viajar.
Quando via tudo escuro ao meu redor,
acendia a luz da minha existência
e tudo se transformava!
Meu mundo, só meu mundo
precisa ser assim,
um tanto brilho,
um tanto magia
e uma grande porção de sonhos!

segunda-feira, 13 de julho de 2015

A lua que me dei

Não era uma noite qualquer...
Não era uma lua qualquer...
Era A lua!
Aquela lua cheia, brilhante, resplandecente!
A minha lua!
Já me disse que sou de fases, como Cecília,
Cada momento, tão especial,
Cada dia, uma novidade, mesmo inventada.
Minha lua estava lá
E olhava pra mim, sorria pra mim...
E eu sentia cada cratera, cada sombra, cada magia...
A lua que me dei era assim
Iluminada, iluminando,
Séria, sóbria, densa,
Clara, forte,
Pura magia, no silêncio da noite!Não era uma noite qualquer...
Não era uma lua qualquer...
Era A lua!
Aquela lua cheia, brilhante, resplandecente!
A minha lua!
Já me disse que sou de fases, como Cecília,
Cada momento, tão especial,
Cada dia, uma novidade, mesmo inventada.
Minha lua estava lá
E olhava pra mim, sorria pra mim...
E eu sentia cada cratera, cada sombra, cada magia...
A lua que me dei era assim
Iluminada, iluminando,
Séria, sóbria, densa,
Clara, forte,
Pura magia, no silêncio da noite!

quinta-feira, 4 de junho de 2015

Histórias e olhares



Quando fui convidada para visitar e contar histórias no Centro Socioeducativo de Menores Infratores de Ipatinga, confesso, fiquei receosa. O que será que encontraria lá? Como seriam os olhares dirigidos a mim? Quais seriam os perfis daqueles garotos? Eu teria que temer algo?
Eram muitas questões sem respostas. Apenas a fala e as sensações da minha companheira que foi na frente, antes de nós, contar histórias para aqueles meninos e tentar encantá-los.
O que ela nos disse foi que chegou em casa, meteu-se sob as cobertas e ficou paradinha, quietinha, sem saber o que estava sentindo ou pensando sobre aquela experiência tão nova em sua vida já vivida de tantos acontecimentos variados.
Pois bem! Encarei o desafio e preparei-me para contar uma história divertida, que os faria rir um pouco, apesar dos pesares, apesar do lugar, apesar de tudo! Escolhi uma história do Pedro Malasartes, personagem anti-herói do nosso folclore. Fiquei insegura, pois queria ser fiel à história, sem mudar palavra alguma. O problema é que a história é toda contada em versos rimados!
No dia, passei a manhã falando, andando de um lado para o outro pela sala, toda a história, olhando diversas vezes para o papel para conseguir decorar tudinho, certinho!
Chegou a hora. Pus minha roupa de palhaço. Fiz a maquiagem característica. Estava pronta, esperando minha colega de aventura. Ela chegou, também vestida de palhaço. Respirei fundo e entrei no carro. Fomos com a ansiedade de primeira vez.
Chegamos e, logo depois, nossos outros dois companheiros também chegaram, um contador de histórias e uma escritora. Os dois, nossos amigos.
A sala já estava preparada com cadeiras (para os agentes socioeducativos). Espalhamos toalhas, quatro, no chão e despejamos dezenas de livros sobre elas. Preparamos, também, pacotinhos com balas e Bis para distribuir a eles.
Pronto. Eles foram chegando. Um por um, entravam pela porta, vinham até nós, apertavam nossas mãos e nos desejavam boa-tarde. Primeiro encanto! Educados, simpáticos, sorridentes, bonitos!!!! Fiquei olhando, reparando mesmo cada um. Quanto menino bonito! E estavam ali, sendo privados de sua liberdade; por quê?
A tarde correu cada minuto mais animada, alegre, com histórias encantando tanto aqueles adolescentes quanto nos encantando com esse envolvimento. Encantou-me o gesto de cumprimento deles, a educação aprendida ali, a forma como se sentaram nas toalhas e manusearam os livros e os bichinhos de pelúcia espalhados para eles. Encantou-nos a forma como se deliciaram com os doces que ganharam. “Nó, tia! Tem um tempão que não chupo bala!” Escutei de um logo na entrada quando entreguei seu pacotinho. Encantei-me tanto, que a história de Malasartes foi contada com uma tranquilidade e firmeza que até versos com rima eu criava quando não me lembrava dos constantes no livro.
Terminamos nossa tarde, carregando para casa uma bagagem imensa. No caminho para casa, ainda vestida de palhaço, não contive, chorei, chorei muito, sem saber ao certo qual sentimento me tomava no momento. Era simplesmente um misto de sensações diversas que enchiam meu ser. Angústia, tristeza, alegria, gratidão a Deus por ter me dado a chance de vivenciar essa experiência, vontade de mais, de fazer muito mais por aqueles meninos grandes, que perderam sua infância em algum momento, por motivos diversos, alheios à sua vontade, talvez.
Seus olhares me surpreenderam, seus gestos me encantaram, os abraços recebidos, os agradecimentos ao final e o pedido insistente para voltarmos no próximo mês com mais histórias. Se valeu a pena? Pergunte-me. Quero mais. Respondo com a mais absoluta certeza!

quarta-feira, 27 de maio de 2015

Já que não estamos namorando


Já que não estamos namorando, suspenda o vinho, vamos beber cerveja mesmo.
Já que não estamos namorando, tire o Fagner e bote Zeca Pagodinho!
Já que não estamos namorando, nada de salmão grelhado com alcaparras, linguiça frita no palito!
Já que não estamos namorando, o buteco da esquina serve, nada de jantar com talheres finos na mesa e à meia luz.
Já que não estamos namorando, não me olhe assim, não passe as mãos pelos meus cabelos, não fale palavras doces em meus ouvidos, não me surpreenda com beijos nos cantos da boca, não toque minha nuca com seus dedos quentes, não enlace seus braços me envolvendo por inteiro, não...
Já que não estamos...
Puxa! O que está faltando para nós namorarmos então?

sexta-feira, 22 de maio de 2015

Só sei...

Só sei de uma coisa
O que sinto às vezes
não cabe em meu peito.
Só sei que sinto
E por você...
Por ninguém mais,
Nunca...
Só sei que sentir isso
Me faz muito feliz.
Pensar em alguém: você.
Querer sempre alguém: você.
Ter alguém pra dividir ideias: você.
Não quero nem saber de amanhã.
Agora vivo simplesmente
Sabendo que tenho você.
Só sei de uma coisa,
O que me faz sentir
É algo de bom,
Não! Algo de ótimo.
Não! Algo de fenomenal!!
Só sei disso.
E é isso.

terça-feira, 21 de abril de 2015

Passagem do tempo

Um dia, quando pequena, de chofre, perguntei à minha mãe:
-Mãe, como é ficar velha?
Veja bem! Acredito que minha mãe não tinha nem cinquenta anos e eu a estava achando velha já!
Na sabedoria de sua maturidade, ela me respondeu simplesmente:
-Não sei, minha filha! Só vejo os anos passando no espelho e nos retratos!
Ainda hoje, depois de uns trinta anos após essa pergunta (tão dura quando é feita para uma mulher), lembro-me dessa fala dela e reflito: o que significa essa passagem dos anos na nossa vida?
Minha mãe sempre foi sábia em seus ensinamentos, nas suas palavras de vida e de fé. E isso me conduz a essas reflexões tão rotineiras.
Não é que é verdade? Às vezes, me vejo moleca, brincando com minha netinha; às vezes, me sinto velhinha, corpo cansado na subida de uma escada.
Mas, normalmente, me sinto jovem, sempre em busca de uma nova aventura ou uma realização de sonhos desejados há tempos.
Já houve quem dissesse que existem jovens que são velhos e velhos que são jovens, cheios de energia e vontade de viver.
Acredito que a passagem dos anos se apresenta, sim, no espelho e em algumas fotos com ângulos que não nos ajudam. Aqueles que se preocupam tanto com esses detalhes que as imagens distorcidas da idade nos apresentam sofrem mais. Tentam dar uma esticadinha aqui, preenchem lábios, faces e testas para parecerem mais jovens, mas à alma, essa que deveríamos conservar com mais carinho e deixar viva a criança ou o adolescente ou o jovem cheio de energia e força para desvendar mundos novos, esquecem de dar atenção.
De repente, vemos que o silêncio é mais importante que a palavra. Notamos que pessoas precisam é de pessoas e não de coisas. Que o olhar de uma criança é mágico e devemos dar importância ao que ela nos fala. Que cada instante vivido é uma dádiva, um presente, por isso merece ser bem aproveitado.
Aí, sim, os anos passarão e notaremos apenas nos espelhos e nas fotografias, assim como minha mãe me disse, essas mudanças que o tempo não perdoa, mas a experiência de vida que ele nos oferece, ah!, isso ninguém nos tirará.

sábado, 18 de abril de 2015

Uma xicrinha de açúcar

Minha mãe me ensinou que, se eu não tiver os ingredientes para fazer uma receita, seja um bolo ou um angu, tenho que deixar de fazer, ou mudar a receita. Vou mudar um pouco esse ensinamento, se faltar só um ingrediente, posso, sim, ir à vizinha com minha xícara e pedir um pouquinho do que falta.
Já fui algumas vezes a alguma vizinha pedir um ingrediente, um só, o que faltou para minha receita. Chegando com minha xicrinha, bati à porta e, ao ser atendida, fui tão bem recebida que me senti em casa para voltar mais vezes (risos)!
Já aconteceu de, ao fazer o pedido à vizinha, ser recebida por olhos marejados de lágrimas recentes, olhares carentes de um sorriso ou um conselho, um carinho de alguém próximo. O que não estava programado, nada planejado; foi o acaso?
Seria, talvez, essa xicrinha, um motivo de contato mais próximo, uma desculpa para sentar e conversar, ouvir e ser ouvida, acolher e ser acolhida. Essa xícara consoladora, que serviria para completar uma receita, transforma-se em uma forma de união e troca de palavras de carinho.
Uma xicrinha de açúcar, de fubá, de calor, de amor. É o que podemos levar ao próximo para que tenhamos esse contato mais íntimo com quem convivemos e às vezes nem vemos na correria do dia a dia.
Portanto, vizinhas minhas, não se importem de bater à minha porta quando precisarem, pois não vou pensar duas vezes quando estiver faltando um ingrediente ou um carinho na minha receita de bem viver!

quinta-feira, 16 de abril de 2015

Ciclos


Minha aposentadoria saiu em maio e, quando chegou dezembro, fui dispensada do meu trabalho na escola. No momento desse desligamento, a fala inicial da minha coordenadora foi: “Seu ciclo no colégio se encerrou, agora você viverá um novo ciclo.”
Inicialmente, fiquei meio chocada com essa expressão. Eu, que passei vinte anos na instituição, sem contar os anos em que estudei nela, achei o momento muito frio. Saí meio chateada, confesso.
Passados alguns meses desse desligamento, tendo uma visão mais distante do fato, penso eu que, realmente, a vida da gente é feita de ciclos. Isso me fez refletir por quantos ciclos passamos ao longo de nossa vida: infância, adolescência, juventude, faculdade, casamento, filhos... Opa! Filhos não fazem parte de um momento do ciclo, mas de vários ciclos próprios!
Passando um dia na frente do colégio onde trabalhei por tanto tempo, olhei para a sua frente e me indaguei: “Você não sente nada? Você passou por essa porta tantas vezes e não está sentindo nada?” Fiquei espantada; não sentia. Na verdade, sentia sim, que meu ciclo tinha acabado, virou história na minha vida, uma linda história.
Cada momento, quando vivido com intensidade e emoção, é significativo e faz com que sintamos que o que foi vivido valeu a pena e podemos continuar a caminhada.
Ciclos são importantíssimos em nossas vidas e saber reconhecer que um se fecha para outro se abrir é fundamental. Sinto isso agora. Quantas oportunidades já sonhadas, e impossíveis de serem realizadas, agora podem acontecer! Quantas pessoas e novas conhecidas! Quantas descobertas que fazem o corpo vibrar emanando a energia necessária para novas realizações! Quanta coisa boa que minha vista está alcançando!
O momento é de agradecer. Agradecer a cada um que fez parte de um dos meus ciclos. Daqueles de luta, de alegria, de trabalho, de tristeza, de realizações, de vitórias...
Minha história, traçada e enlaçada com outros ciclos vividos por outras pessoas ganhou e ganha sempre uma luz, um brilho especial para realizar mais, inovar, transformar, trocar experiências e, o principal, viver intensamente!


sábado, 21 de março de 2015

FIQUE COM ALGUÉM QUE NÃO TENHA DÚVIDAS

Quando a gente quer muito uma pessoa, a gente se engana. A gente tenta encaixar aquele outro ser humano em posições que nunca foram dele. A gente clama ao universo para um sim em algo que já começou destinado ao não. A gente quer, e a gente bate o pé e faz pirraça feito criança para conseguir. Mas um dia a gente percebe que amor tem que ser uma via de mão dupla. Amor tem que ser fácil, tem que ser bom, tem que ser complemento, tem que ser ajuda. Amor que é luta é ego. Amor que rebaixa é dor. E então a gente aprende que amor que não é amor, não encaixa, não orna, não serve.
Fique com alguém que não tenha conversa mole. Que não te enrole. Que não tenha meias palavras. Que não dê desculpas. Que não bote barreiras no que deveria ser fácil e simples. Fique com alguém que saiba o que quer e que queira agora.
Fique com alguém que te assuma. Que ande com orgulho ao seu lado. Que te apresente aos pais, aos amigos, ao chefe, ao faxineiro da firma. Que segure a sua mão ao andar na rua. Que não tenha medo de te olhar apaixonadamente na frente dos outros. Fique com alguém que não se importe com os outros.
Fique com alguém que não deixe existir zonas nebulosas. Que te dê mais certezas do que perguntas. Que apresente soluções antes mesmo dos questionamentos aparecerem. Fique com alguém que te seja a solução dos problemas e não a causa.
Fique com alguém que não tenha traumas. Que não tenha assuntos mal resolvidos. Que saiba que para ser feliz, tem que deixar o passado passar. Fique com alguém que só tenha interesse no futuro e que queira esse futuro com você.
Fique com alguém que te faça rir. Que te mostre que a vida pode ser leve mesmo em momentos duros. Que seja o seu refúgio em dias caóticos. Fique com alguém que quando te abraça, o resto do mundo não importa mais.
Fique com alguém que te transborde. Que te faça sentir que você vai explodir de tanto amor. Que te faça sentir a pessoa mais especial do universo. Fique com alguém que dê sentido à todos os clichês apaixonados.
Fique com alguém que faça planos. Que veja um futuro ao seu lado. Que te carregue para onde for. Que planeje com você um casamento na praia, uma casa no campo e um labrador no quintal. Fique com alguém que apesar de saber que consegue viver sem você, escolhe viver com você.
Fique com alguém que não se esconda. Que não te esconda. Que cada palavra seja direta e clara. Que não dê brechas para o mal entendido. Que faça o que fala e fale o que faça. Fique com alguém cujas palavras complementam suas ações.
Fique com alguém que te admire. Que te impulsiona pra frente. Que te apoie quando ninguém mais acreditar em você. Que te ajude a transformar sonhos em realidade. Fique com alguém que acredite que você é capaz de tudo aquilo que queira.
Fique com alguém que você não precise convencer de que você vale a pena. Que não tenha dúvidas. Fique com alguém que te olhe da cabeça aos pés e saiba, sem hesitar, que é você e só você.
Fique com alguém que te faça olhar para trás e agradecer por não ter dado certo com ninguém antes. Fique com alguém que faça não existir mais ninguém depois.

http://thesecret.tv.br/2015/03/fique-com-alguem-que-nao-tenha-duvidas/

segunda-feira, 16 de março de 2015

Era um terreno estéril, não pensava (nem queria) cultivar um só grão.
De repente, um broto surgiu, estéril terra, antes pensada infértil.
Uma dúvida também brotou: quero essa vida em mim?
Terreno antes seco, rachado, insensível...
Brotou vida, brotou flor...
Lágrimas desceram
Cores e sorrisos se misturaram...
E a vida disse sim!

Nancy Nogueira

quinta-feira, 12 de março de 2015

sexta-feira, 6 de março de 2015

http://www.recantodasletras.com.br/cronicas/5160012

Sobre gentilezas
Existem duas coisas que me chateiam profundamente!
Profundamente, pode ser uma palavra forte, mas é verdade!
Fico bastante chateada com quem não dá seta no trânsito; isso é um ato de gentileza para com o outro que aguarda um sinal seu.
Gentileza sim, sinalizar para fazer uma manobra, mudar de faixa, virar numa rua antes, enquanto o outro aguarda...
Gentileza é se pôr no lugar do outro, pensar que o outro vai ficar feliz ou se sentir mais seguro em ser notificado de uma atitude racional sua.
Outra coisa que me chateia (já que citei duas!) é o fato da pessoa não voltar com o carrinho de compras para o lugar dele, principalmente se esse lugar for bem pertinho!
Chateação maior, quando essa pessoa ainda estaciona o carrinho usado por ela atrás de outro automóvel. Quer atitude mais irracional? Além de não guardar o carrinho, ainda atrapalha o outro que terá que fazer a gentileza de retirá-lo do caminho para sair.
Meus pais sempre me ensinaram que eu devo guardar o que tirei do lugar, que eu devo limpar o que sujei, que eu devo fechar a porta se a encontrei fechada, que eu devo pedir licença para entrar, que outra pessoa não tem que fazer a obrigação que é minha!!
Já citei as duas, mas não posso deixar de dizer mais uma que me chamou muita atenção outro dia. Fui ao cinema com minha neta, filme infantil, claro. Antes do filme, são apresentadas algumas informações ao público: não fotografar, não filmar, devolver os óculos 3D ao sair e jogar o lixo na lixeira.
Tudo muito óbvio, não? Pensei: "precisa avisar?" Lógico!!!!!
Vi, ao final do filme, uma família inteira, e apenas essa família, deixando todo o lixo, pipocas, garrafas de água e latinhas de suco, consumidos no local, nas poltronas do cinema. Estavam sentados ao meu lado e fiquei observando todos saírem sem nem virarem para trás. Somente eles deixaram o cinema sujo.
Será que pensaram que alguém teria a obrigação de limpar toda a sujeira que fizeram? Além do lixo nas poltronas, o chão perto deles também estava cheio de restos deixados por eles.
Uma vez, ao questionar um aluno sobre a sujeira da sala, ouvi dele que, se não sujasse, as "tias"da limpeza não teriam trabalho. Fiquei indignada com a resposta.
Será que essa família também pensa assim? Será que quem deixa o carrinho jogado no estacionamento ou nas calçadas das ruas do bairro também pensa que há outra pessoa obrigada a fazer o que era para ele fazer?
Pensemos nas pequenas gentilezas do dia a dia.
E na educação que nossos pais nos deram para podermos conviver com harmonia.

Lançamento do meu primeiro livro "Sonhos ao mar"


Escrever é um ato de liberdade...
Mostrar ao mundo o que se escreve é um ato de coragem...
E é com essa coragem que amanhã apresento a todos que puderem e quiserem prestigiar os meus casos, meus pensamentos e meus sentimentos, no livro "Sonhos ao mar".
Espero vocês para festejar esse momento.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015


Caleidoscópio

O que mais prezo em mim?
A vontade absoluta de viver intensamente!
Enquanto uns têm medo de morrer, que acho ser, na verdade, medo de viver,
Eu espero cada raiar do dia com a excitação de querer, mais e mais, realizar sonhos!
Essa excitação, às vezes, me espanta!
Sorrir com vontade, vibrar com tudo, chorar do nada, mas de felicidade agora!
Sou assim, fazer o quê?
Ao meu lado tenho que ter pessoas que se encantem com a vida também, pois não conseguiriam conviver comigo, seria muito desagradável a elas!
Se eu conseguir contagiar os desanimados, ótimo!
Se não!!! Perdoem-me mas, ser feliz me consome o tempo todo; sejam livres, podem ir!!!
E sejam muito bem-vindos todos, todos que adoram viver plenamente!!!!
Eu: um caleidoscópio de emoções!

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Passarim


Não sei por quê, mas, ao ver essa imagem, pensei no trecho da música "Passarim quis pousar, não deu voou...!", de Tom Jobim.
Não sei por quê mesmo, já que os galhos estão repletos de pássaros!
Será que seria algum "passarim" mais tímido? Os galhos estariam todos ocupados?
Será que, com a riqueza de cores dos pássaros pousados, um determinado pardal humilde não teve coragem de se aproximar?
Sei não... "passarim", pode vir, aprochegue-se! Venha! Sinta-se abraçado, envolvido, querido pelos demais!
"Passarim", o céu é lindo, você é livre, mas pode descansar aqui, junto dos seus semelhantes!
"Passarinho, me conta então, me diz" Você é feliz?
"Eu sou feliz!"