sábado, 22 de agosto de 2015

Sobre correntes e solidariedade

Correntes, hoje em dia, não são muito bem vistas. As pessoas marcam outras em redes sociais dizendo que quem não compartilhar ou curtir não é do bem, não vão ganhar bênçãos, não... Aff
Mas há uma corrente que não precisa ser divulgada com tanto estardalhaço, são aquelas correntes do bem que acontecem no dia a dia, sem que todos precisem ficar sabendo, fazendo o bem, olhando ou não a quem.
Outro dia, ajudei uma pessoa com uma quantia. Quando ela veio para me pagar, eu disse apenas “Quando você puder, se alguém lhe pedir ajuda, passe adiante, é isso que estou fazendo.”
Não precisei postar, mostrar, falar aos quatro cantos, apenas para um ouvir, aquele que precisava e, tenho certeza, vai continuar.
Passei algumas dificuldades na vida, assim como muitas pessoas e não tanto quanto outras. Houve aqueles que me ajudaram com recursos materiais, cesta básica, pagamento de mensalidade de faculdade, um trocadinho no bolso para o leite das crianças. Sim, já precisei disso e não tenho pudor algum de falar. E essas pessoas me ajudaram. Já me deram carona, e como é bom ganhar uma carona quando se tem dois filhos, sem carro, para uma ida à casa de um parente ou a uma viagem de férias! Já me escutaram, gentileza que necessitamos trocar hoje em dia, em momentos muito tumultuados. E sou grata a todos!
Hoje, na tranquilidade de um momento de paz absoluta em relação aos turbilhões da vida, estou retribuindo a esses queridos que foram tão importantes para mim. Passo adiante favores e auxílios materiais que não me foram cobrados. Penso que essa é a verdadeira corrente, sem alarde, sem propaganda, só fazendo o que acho ser certo.
Pois então, que fique a dica: passe adiante essa corrente silenciosa do bem, faz muito bem!

Sobre gentilezas


Existem duas coisas que me chateiam profundamente!
Profundamente, pode ser uma palavra forte, mas é verdade!
Fico bastante chateada com quem não dá seta no trânsito; isso é um ato de gentileza para com o outro que aguarda um sinal seu.
Gentileza sim, sinalizar para fazer uma manobra, mudar de faixa, virar numa rua antes, enquanto o outro aguarda...
Gentileza é se pôr no lugar do outro, pensar que o outro vai ficar feliz ou se sentir mais seguro em ser notificado de uma atitude racional sua.
Outra coisa que me chateia (já que citei duas!) é o fato da pessoa não voltar com o carrinho de compras para o lugar dele, principalmente se esse lugar for bem pertinho!
Chateação maior, quando essa pessoa ainda estaciona o carrinho usado por ela atrás de outro automóvel. Quer atitude mais irracional? Além de não guardar o carrinho, ainda atrapalha o outro que terá que fazer a gentileza de retirá-lo do caminho para sair.
Meus pais sempre me ensinaram que eu devo guardar o que tirei do lugar, que eu devo limpar o que sujei, que eu devo fechar a porta se a encontrei fechada, que eu devo pedir licença para entrar, que outra pessoa não tem que fazer a obrigação que é minha!!
Já citei as duas, mas não posso deixar de dizer mais uma que me chamou muita atenção outro dia. Fui ao cinema com minha neta, filme infantil, claro. Antes do filme, são apresentadas algumas informações ao público: não fotografar, não filmar, devolver os óculos 3D ao sair e jogar o lixo na lixeira.
Tudo muito óbvio, não? Pensei: "precisa avisar?" Lógico!!!!!
Vi, ao final do filme, uma família inteira, e apenas essa família, deixando todo o lixo, pipocas, garrafas de água e latinhas de suco, consumidos no local, nas poltronas do cinema. Estavam sentados ao meu lado e fiquei observando todos saírem sem nem virarem para trás. Somente eles deixaram o cinema sujo.
Será que pensaram que alguém teria a obrigação de limpar toda a sujeira que fizeram? Além do lixo nas poltronas, o chão perto deles também estava cheio de restos deixados por eles.
Uma vez, ao questionar um aluno sobre a sujeira da sala, ouvi dele que, se não sujasse, as "tias"da limpeza não teriam trabalho. Fiquei indignada com a resposta.
Será que essa família também pensa assim? Será que quem deixa o carrinho jogado no estacionamento ou nas calçadas das ruas do bairro também pensa que há outra pessoa obrigada a fazer o que era para ele fazer?
Pensemos nas pequenas gentilezas do dia a dia.
E na educação que nossos pais nos deram para podermos conviver com harmonia.