domingo, 4 de janeiro de 2009

Reforma ortográfica

Veja o que mudou com a polêmica reforma na língua portuguesa.

HÍFEN
Não se usará mais:
1. quando o segundo elemento começa com s ou r, devendo estas consoantes ser duplicadas, como em "antirreligioso", "antissemita", "contrarregra", "infrassom". Exceção: será mantido o hífen quando os prefixos terminam com r -ou seja, "hiper-", "inter-" e "super-"- como em "hiper-requintado", "inter-resistente" e "super-revista"
2. quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa com uma vogal diferente. Exemplos: "extraescolar", "aeroespacial", "autoestrada"

TREMA
Deixará de existir, a não ser em nomes próprios e seus derivados

ACENTO DIFERENCIAL
Não se usará mais para diferenciar:
1. "pára" (flexão do verbo parar) de "para" (preposição)
2. "péla" (flexão do verbo pelar) de "pela" (combinação da preposição com o artigo)
3. "pólo" (substantivo) de "polo" (combinação antiga e popular de "por" e "lo")
4. "pélo" (flexão do verbo pelar), "pêlo" (substantivo) e "pelo" (combinação da preposição com o artigo)
5. "pêra" (substantivo - fruta), "péra" (substantivo arcaico - pedra) e "pera" (preposição arcaica)
ALFABETO
Passará a ter 26 letras, ao incorporar as letras "k", "w" e "y"

ACENTO CIRCUNFLEXO
Não se usará mais:
1. nas terceiras pessoas do plural do presente do indicativo ou do subjuntivo dos verbos "crer", "dar", "ler", "ver" e seus derivados. A grafia correta será "creem", "deem", "leem" e "veem"
2. em palavras terminados em hiato "oo", como "enjôo" ou "vôo" -que se tornam "enjoo" e "voo"

ACENTO AGUDO
Não se usará mais:
1. nos ditongos abertos "ei" e "oi" de palavras paroxítonas, como "assembléia", "idéia", "heróica" e "jibóia"
2. nas palavras paroxítonas, com "i" e "u" tônicos, quando precedidos de ditongo. Exemplos: "feiúra" e "baiúca" passam a ser grafadas "feiura" e "baiuca"
3. nas formas verbais que têm o acento tônico na raiz, com "u" tônico precedido de "g" ou "q" e seguido de "e" ou "i". Com isso, algumas poucas formas de verbos, como averigúe (averiguar), apazigúe (apaziguar) e argúem (arg(ü/u)ir), passam a ser grafadas averigue, apazigue, arguem

GRAFIA
No português de portugal:
1. desaparecerão o "c" e o "p" de palavras em que essas letras não são pronunciadas, como "acção", "acto", "adopção", "óptimo" -que se tornam "ação", "ato", "adoção" e "ótimo"

Veja tabela com as modificações em versão para impressão

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ult305u321373.shtml

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Leituras Obrigatórias


Apresento aqui as leituras obrigatórias para todas as idades. Sugiro que a leitura se inicie desde os primeiros anos de estudo. Se isso não aconteceu, desde já, cada um deve achar um momento tranquilo e colocar em dia os títulos mostrados.

Bom trabalho! Boa viagem! Boa leitura!


Até a 4ª série:




  • Clássicos infantis: Três porquinhos, A bela adormecida, Branca de Neve, O gato de botas, A roupa nova do rei, O patinho feio, O pequeno polegar, João e Maria, João e o pé de feijão, A galinha dos ovos de ouro, Os músicos de Bremen, A Bela e a Fera, O mágico de Oz, dentre outros;


  • fábulas de Esopo, La Fontaine, Monteiro Lobato, dentre vários;


  • histórias de Monteiro Lobato, Mirna Pinsky, Elias José, Pedro Bandeira, Ana Maria Machado, Ruth Rocha, Sylvia Orthof;


  • histórias do folclore brasileiro: Saci, Negrinho do Pastoreio, Curupira, Boto, Iara, Lobisomem, Boitatá, dentre muitos;


  • poesias de Henriqueta Lisboa, Cecília Meireles, Mário Quintana, Vinícius de Moraes, Toquinho, Carlos Drummond de Andrade, Roseana Murray, Bartolomeu Campos de Queirós, José Paulo Paes;


  • e tudo o que aparecer e encantar o leitor dessa idade.

Até a 8ª série:




  • Clássicos Juvenis: Robinson Crusoé, Dom Quixote, Os três mosqueteiros, Hamlet, A tempestade, tulipa Negra, Os miseráveis, A dama das camélias, Viagens de Gulliver, Romeu e Julieta, Sonho de uma noite de verão, O Rei Arthur, Rei Lear, Frankenstein, Macbeth, Mil e uma noites, Merlin, O médico e o monstro, Robin Hood, Sherlock Holmes, títulos de Júlio Verne, a Ilha do tesouro, As aventuras de Tom Sawyer, O fantasma da ópera, O príncipe e o mendigo;


  • Mitologia greco-romana;


  • O menino do dedo verde, O pequeno príncipe, Heidi, Apanhador no campo de centeio;


  • Literatura brasileira: Jorge Amado (Capitães da areia, O gato Malhado e a andorinha Sinhá), Ariano Suassuna (Auto da Compadecida), Rachel de Queirós (O Quinze), Dias Gomes (O pagador de promessas), Graciliano Ramos (Vidas Secas), Fernando Sabino (O grande mentecapto, O homem nu, Encontro marcado, O bom ladrão), Carlos Eduardo Novaes (Cândido urbano urubu, O imperador da ursa maior, O menino sem imaginação), João Carlos Marinho (O Gênio do crime, Sangue Fresco), Érico Veríssimo (Um certo capitão Rodrigo, Ana Terra, Olhai os lírios do campo), Orígenes Lessa (O feijão e o sonho), coleção Para Gostar de Ler, Bernardo Guimaraes (A escrava Isaura), Ganymedes José, Marina Colasanti, Moacyr Scliar, Clarice Lispector, Paulo Mendes Campos, Rubem Braga, Affonso Romano de Sant’Anna, José Mauro de Vasconselos (Meu pé de laranja lima, Coração de vidro), Carlos Drummond de Andrade; e muitos, muitos outros.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Guardador de Rebanhos




IX


Sou um guardador de rebanhos.


O rebanho é os meus pensamentos


E os meus pensamentos são todos sensações.


Penso com os olhos e com os ouvidos


E com as mãos e os pés


E com o nariz e a boca.


Pensar uma flor é vê-la e cheirá-la


E comer um fruto é saber-lhe o sentido.


Por isso quando num dia de calor


Me sinto triste de gozá-lo tanto,


E me deito ao comprido na erva,


E fecho os olhos quentes,


Sinto todo o meu corpo deitado na realidade,


Sei a verdade e sou feliz.




Fernando Pessoa

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Canção Revisitada


Nada do que vi aquele dia me compensaria mais. Um dia como outro qualquer. Mais um dia de pesquisa na Biblioteca Pública para minha monografia da faculdade. Trabalho árduo, mas necessário e compensador no futuro, espero. Normalmente, chego, vou até o fundo da sala de pesquisa, num lugar tranqüilo, ler e escrever, ler e escrever.Várias são as pessoas que costumam freqüentar aquele lugar, muitos interesses, muita procura por saber. Mas aquele dia alguém me chamou a atenção.Andava pelas estantes de livros apenas passando a mão sobre eles. Olhando atentamente, como se procurasse alguma coisa valiosa, especial. O indicador passava pelos títulos devagar, os olhos, atentos, quase não piscavam. Ele se abaixava, via os livros da estante de ficção, ficava na ponta dos pés, lia os nomes de aventuras. Virava-se para a outra que estava em suas costas, os clássicos estavam lá. Seguia à frente, História, Geografia, Artes! Tudo era observado meticulosamente! Normalmente, um freqüentador de biblioteca vai até lá para um determinado fim, para uma determinada pesquisa, com um objetivo específico. Aquele ali parecia não se importar com nada, nem com o tempo, queria apenas olhar, examinar, sentir os livros. Sentir os livros! Nunca pensei nisso. Podíamos sentir os livros! Eu vi isso naquele homem.Ele aparentava ter passado dos quarenta anos, pessoa modesta pelos trajes que usava. Chinelos nos pés. Camisa surrada. E estava ali, na biblioteca, sentindo livros. Como pesquisadora, senti curiosidade de ir até lá conversar com ele, mas temi desfazer o encanto.Levantei-me e fui até a bibliotecária, com a desculpa de saber sobre um autor para meu trabalho. Perguntei a ela sobre aquele moço, o que ele estava procurando. Ela me disse uma das coisas mais incríveis que já escutei. Aquele homem passou a vida inteira sem saber o valor das palavras, sem saber decodificar os sinais que nós já aprendemos na infância, com seis, sete anos, aquele homem tinha acabado de ser alfabetizado, tinha acabado de dar sentido àqueles símbolos estranhos para sua visão já cansada do mundo. Aquele homem ia à biblioteca sentir os livros, ver as maravilhas que as palavras podiam proporcionar, quantos livros, quanto conhecimento, quanta sabedoria.Fiquei pensando em quanto tempo ele gastaria até poder colocar em dia todo o tempo perdido. Aquele homem tinha aprendido o valor das palavras, o tesouro escondido nos livros, a vastidão da cultura.Todos os dias ele ia lá. Todos os dias ele tocava os livros antes, depois escolhia um e levava para ler, em casa, talvez. Todos os dias ele devorava, sim, com voracidade, as letras, palavras, sinais de pontuação, páginas e mais páginas de puro conhecimento, de pura ânsia pelo desconhecido. E eu pude presenciar isso. Pude presenciar o encanto, a magia daquele que descobriu o mundo, ou um mundo paralelo que sempre existiu, mas não fazia parte da sua vida, que o excluía da vida. O mundo para ele se tornou uma linda canção. Canção que dá sentido a sua vida.E eu peço licença para mostrar o que vi, o que senti no brilho dos olhos do homem que aprendeu a ler. Licença a Thiago de Mello, sua canção é uma das mais lindas que já vi.
Nancy Nogueira Souza Maestri

domingo, 16 de novembro de 2008

NAVEGAR





Somos nosso próprio navio! O mar está aí, imenso, às vezes sereno, às vezes tumultuado, mas está aí. Fazer o quê? Içar as velas e navegar! E como navegar? Como preparar meu barco, meu precioso barco para navegar nesse mar azul, ou será cinza? Meu mar, ah, meu mar! Imenso mar!
Preparo, desde a base, o casco forte, firme, com madeiras de lei para agüentar todas as tormentas, calmarias, o que vier. Mas tenho que preparar meu barco. O vento vem, é uma chance, uma oportunidade, uma forma de me levar adiante, de conquistar novos mundos, descobrir novas terras, navegar outros mares.
Ah, meu mar! Minha família, meus amigos, meus desejos, meu vento! Minhas velas içadas me levam adiante, estimuladas pela força desse vento. O estudo me preparou, a família incentivou, os amigos ampararam, meu vento!
Eu sou meu navio, navego nesse mar imenso, às vezes calmo, às vezes turbulento.
Piratas? São muitos os que aparecem. Parecem querer desviar-me do destino. Saqueiam nossos sonhos. Só deixo se quiser. Quem escolhe meu destino? O vento? As velas? Os piratas? Não! Eu, meu barco, a estrutura que preparei para sustentá-lo.
Queria falar a todos, queria mostrar a todos como é importante navegar preparado, aproveitando cada oportunidade que nos aparece, o vento! Mas, para isso, é preciso estar equipado, barco forte, forte base, estrutura inigualável para sustentar a vontade de seguir adiante, passar por todos os percalços e alcançar o porto desejado.
Não há vento que ajude se não se sabe a que porto se quer chegar.
Meu destino, meus desejos me orientam ao porto que pretendo alcançar. Mantenho minha visão ao porto. Quero chegar àquele porto, àquele que sempre almejei, sempre quis isso, para mim, sempre. E sempre preparei meu barco para que isso acontecesse.
Meu mar, ah, meu mar, imenso mar! Minha vida, eu navego com meu barco preparado para atingir meu horizonte, meu porto, aquele que escolhi para chegar.

Nancy Nogueira Souza Maestri

sábado, 25 de outubro de 2008

Pessoal!
Leiam meus textos no site www.recantodasletras.com.br
Meu nome de usuário é Nan Maestri.

quarta-feira, 12 de março de 2008


Para ser grande, sê inteiro: nada

Teu exagera ou exclui.

Sê todo em cada coisa.

Põe quanto és

No mínimo que fazes.

Assim em cada lago a lua toda

Brilha, porque alta vive.

Fernando Pessoa